A quem devo reclamar?

Zé Mário publicou em seu blog um comentário muito interessante sobre a paralisação sem ter começado, das obras da BR-110. Concordo com alguns pontos, discordo de outros, mas o que destaco sobre o comentário é justamente o final do mesmo: a quem protestar? O que protestar?

Fala-se em um movimento no próximo dia 16. Ótimo, jamais poderia ser contra. Agora ninguém até agora me disse QUEM VAI PROTESTAR? A QUEM VÃO PROTESTAR? O QUE VÃO PROTESTAR?

Não me animei, nem me animo com mobilizações que tenham a participação de políticos em defesa de nossa BR. O interesse é ganhar nome em cima de nossa desgraça ou atacar politicamente o adversário. Tô mentindo? Por isso, não concordo com movimentações com discursos, que até agora, ninguém sabe direcionados a quem, organizados por quem e a quem interessa. Andei sondando como seria a manifestação proposta por meu amigo Núbio e ninguém me convenceu de participar, pelo simples fato de não se ter um planejamento claro dos objetivos da mesma. Vamos fazer uma movimentação dia 16, aí eu perguntei de que forma? A resposta foi: não sei, só sei que vem uns políticos aí e agente vai protestar. Sabem há quantos anos esse povo convive e sobrevive a esses protestos? E os que não vem também não tem culpa não?

Na minha coluna no Jornal de Upanema, publicada abaixo, fica claro que até agora não se sabe o motivo da paralisação sem ter começado. São tantas mentiras que fica mais fácil entrar na justiça, processando esses cidadãos que foram pra os jornais e meios de comunicação fazer o povo de palhaço. Por falar nisso, cadê nosso MP nessa história heim? Isso mesmo! Nosso Ministério Público, tão solícito com setores de nossa sociedade, simplesmente não se pronunciou ainda a respeito do fato.

Quero dizer que na realidade não existe um culpado, são vários os culpados pelo fato da situação chegar onde se encontra. Começando por nós, que votamos errado. Mas isso não é o fim, nem a causa do que está acontecendo. É justamente o voto errado e a falta de mobilização do povo, aliada a inércia de nossa justiça que faz com que o Brasil se torne o que é: um país de corruptos – sem generalizar. Se votamos errado e não concordamos com determinadas situações, cabe a nós cobrar. Agora, não podemos nos iludir e achar que o político que está lutando pela BR hoje, está fazendo aquilo de bom coração. Tá não! Quem não se lembra da última Audiência Pública? Menino, endeuzaram (é assim que se escreve?) tanto alguns políticos de Upanema e do estado, que só faltou botar estátua na praça. Era o pai da BR pra cá, mãe da BR pra lá, tia da BR e um monte de parentesco que eu não sabia que ela tinha. Cadê esse povo? Se trouxermo-los aqui, ou se perguntarmos o que está acontecendo, eles vão botar a culpa em alguém, em outro órgão, no adversário, que não foi liberado dinheiro ou vão dizer que vão lutar pra resolver. É a realidade ou não é?  

Na minha opinião o protesto deve ser genérico (pra todas as autoridades de todas as esferas responsáveis por fazer alguma coisa), pacífico e criativo. Discurso? Não agüento mais! Nem pra criticar nem pra cobrar. O twitaço proposto pelo blogueiro Josiel é válido, mas não sei o poder de impacto que isso teria, já que a internet ainda é uma ferramenta de poucos. Mas é válida a idéia, desde que se envie pra TODOS os políticos, ministro dos transportes, Ministério Público, DNIT, IDEMA e mais alguém.

Ah Anax, você só faz discursar, criticar e não dá uma sugestão. Daralhoeila, como diria Rolando Lero. Não só uma, mas duas. A primeira é enviar e-mails padronizados para esse povo. Todos eles tem e-mail. Todo dia seria nossa tarefa encher a caixa postal deles com a mesma coisa. A segunda idéia seria um pouco mais cara, mas ao mesmo tempo, mais impactante, na minha opinião. Convocaríamos a imprensa estadual (me encarrego disso), encheríamos caixas, finamente encobertas para presente, com laços de fita, tendo como conteúdo básico dentro delas: pedras e a mais pura areia da BR-110. Que lindo! Adivinha pra quem enviaríamos esses mimos? Pois é!

Como disse, toda idéia genérica, pacífica e criativa tem meu apoio. Essa idéia precisa ser discutida, aprimorada, viabilizada e até mesmo descartada. Tô fazendo minha parte em publicar a mesma aqui. Não posso, nem quero fazer nada sozinho. Estamos abertos para outros protestos, desde que me tragam um regulamento com normas explícitas de como acontecerá o mesmo.