A descrença
na Justiça brasileira por parte da população, existe e, é enorme. Muitas
vezes em virtude de leis elaboradas por políticos que não pensam no coletivo,
outras vezes pela influência de setores da sociedade que não querem mudanças nos privilégios e grande parte por falta
de atualização das leis para nos adaptarmos ao mundo em que vivemos hoje. Ou seja, lei retrograda, do século
passado, ainda vigora para tentar resolver problemas que não existiam na época
em que foram criadas. Dentro desse contexto a Justiça sofre também pela falta
de “efetivo” e a burocracia existente no país. Tudo isso facilita a vida de
quem deve a Justiça e ver meios de burlar, ou até mesmo procrastinar os
processos contra os mesmos, na maioria dos casos, políticos e empresários que
se utilizam de bons advogados para encontrar as chamadas brechas da lei. Tem
também os casos de corrupção do judiciário, que existem, mas são minoria, na minha opinião não é regra.
A triste
realidade acima citada, aos poucos está sendo combatida por juízes e promotores
que resolveram fazer diferente, quer dizer, diferente não: fazer o que tem que ser feito mesmo.
Com coragem e determinação, estão motivando outros colegas e estão encontrando
amparo na sociedade para fazer cumprir a lei e passar a limpo o que há de
errado no Brasil.
Jamais vimos tamanha atenção para a morte, mesmo que trágica, de um Ministro do Supremo. Jamais vimos tamanho interesse no trabalho de um juiz como Sérgio Moro e dos promotores da operação Lava Jato. Tudo fruto de um trabalho sério e corajoso. De pessoas que não escolheram ficar no "comodismo judicial" (criei isso agora).
Hoje, vemos
ex-governadores, senadores, deputados, prefeitos, vereadores, mega- empresários presos.
Isso era inimaginável até um dia desses! A operação Lava Jato é o ícone dessa "nova justiça", que na verdade deveria ser normal e não ter tanta divulgação para o
fato que nada mais é que o cumprimento da lei. Mas, ainda bem que começou esse
movimento.
Como disse
anteriormente, isso é fruto de uma nova safra de juízes e promotores. Quando
digo novo, não é só no sentido da idade ou do tempo de magistratura, mas novo
no conceito de que é possível sim fazer justiça contra poderosos políticos e empresários
que se acham no direito de comprar as pessoas para obter acesso ao poder e
assim, através de um círculo vicioso, permanecer intocável diante de crimes
eleitorais, administrativos e casos de corrupção.
Os novos
representantes da Justiça tem o dever de continuar com esse trabalho, pois a
sociedade já deu provas de que apoia e quer que essa fase não seja passageira. E,
mesmo que a maioria da sociedade fosse conivente, a Justiça tem que ser feita de
forma imparcial, para que abra os olhos da nova geração que surge e começa a
ver que o jeitinho brasileiro, a compra de votos, a troca de favores, a
propina, são sim crimes combatidos pela Justiça e não algo habitual e permissível, como se fosse parte natural da cultura de nossa sociedade. Sempre lembrando que estarão apenas fazendo o que é certo.
Nada demais!