VOCÊ DECIDE O FINAL

Era uma vez uma cidade onde tudo estava triste. Parecia que a cidade tinha envelhecido, tinha caminhado pra trás, dez anos em três. Como se estivéssemos vivendo o final de um filme triste. É assim que essa cidade está vivendo.

Lixo tomando conta de todos os lugares, violência assolando a cidade e zona rural, ruas em completa escuridão, buracos que se transformam em crateras a céu aberto, estradas que parece tábua de pirulito, saúde pedindo socorro, ambulâncias em frangalhos, funcionários com seus direitos sendo parcelados como se fosse um carnê do baú - que pena que esse baú não é da felicidade. Frota de ônibus caindo aos pedaços. O social, que saudade...

Mas, num passado recente isso tudo parecia um filme de sonhos. Sonho da maioria dos eleitores. Sonho de ver uma cidade mudar para melhor. Sonho de quem acreditou que a mudança era pra o bem de todos, de uma vida digna para todos. Não está sendo, pelo menos para a maioria.

Na verdade, essa foi uma história de esperança, onde a população em sua maioria acreditou, premiou com o poder que emana do povo, um campeão, um salvador, uma voz que representasse os anseios dos mesmos. Um homem que pregava o desejo de ter uma única oportunidade de chegar ao topo e a promessa de fazer o povo feliz. Foi assim que se deu esse enlace harmônico. 

Depois de ter chegado lá, o herói se mostra um fracasso, sem força, sem capacidade de dar a atenção básica para seu povo. Cercado de hienas, corvos e ratazanas que se alimentam de picuinhas, o herói sucumbe sem lutar. Para piorar, só faz o que eles querem e o resultado é o caos.

Já estamos caminhando para a reta final desse filme. Resta saber se o povo, que são os autores dessa história, quer um final triste e melancólico que poderá durar mais quatro anos, ou vai mudar o texto, transformando num épico a histórias de um enganador que traiu o povo, mas que vai pagar com a derrota nas urnas, para aprender que nosso povo não é vingativo: é inteligente.  

Qualquer semelhança é mera coincidência.