Da Redação
A divulgação, por parte de moradores do município de Assú, de uma fissura encontrada na parede da Barragem Armando Ribeiro, forçou os órgãos competentes a apresentarem uma explicação mais concreta. Preocupado com a repercussão, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA/RN) decidiu vistoriar, não só a Armando Ribeiro, mas todas as barragens e açudes públicos do Estado. Na última segunda-feira, 11, uma reunião envolvendo o Crea, a Secretaria de Estado da Infra-estrutura, Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DER), Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) foi montada para discutir o assunto. O Crea apresentou uma proposta com um roteiro de visitação de 22 barragens no RN.
As visitas já começam hoje com o levantamento dos principais reservatórios do Vale do Açu. Amanhã será a vez da região do Médio e Alto Oeste. Nos dias seguintes prosseguem no Seridó, Trairi, Agreste, Central e demais regiões que dispõem desses reservatórios.Segundo o presidente do Crea, engenheiro Francisco Adalberto Pessoa, o resto da semana será para os técnicos trabalharem o relatório, que deve ser divulgado na semana seguinte. "O resultado do estudo será entregue às autoridades e divulgado na imprensa para que todos tenham acesso a real situação dos reservatórios", disse.
O fotógrafo Jean Lopes foi a primeira pessoa quem divulgou os estragos causados na parede de barro da Barragem Armando Ribeiro. Uma cratera de aproximadamente 5 metros de profundidade se formou devido ao rompimento de uma caneleta de escoamento de água em cima da parede. Mas não foi só isso, Jean registrou também o aparecimento de alguns olhos d'água surgindo ao pé da parede, quando o reservatório está com sua capacidade máxima.Segundo Adalberto Pessoa, esse é um fenômeno comum em reservatórios como esse. Ele explicou que a parede da barragem não é totalmente impermeável, embora exista um limite. "Por debaixo da barragem existe um rio subterrâneo e, quando ele é barrado, tem o seu nível aumentado e tende a vir para a superfície, devido a alta pressão. Esse movimento é medido e acompanhado anualmente pelos técnicos", garante. "O que nos preocupa é o que não está sendo acompanhado", complementa, lembrando que é preciso que o Governo entenda que quando se constrói uma obra desta envergadura é necessário haver uma manutenção preventiva e constante.
FONTE: JORNAL DE FATO
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