Upanema perdeu, mas a torcida aplaudiu

Acompanhamos ontem a equipe de Upanema em viagem a Caicó para enfrentar o Corinthians local. Para nossa equipe, um jogo sem “muita responsabilidade”. Para o Corinthians mais uma partida preparatória para o Campeonato Estadual e Copa do Brasil.

Antes da partida pude conversar e escutar alguns torcedores e, todos falavam que o time era bom, porque era “caro” e tinha muitos jogadores do sudeste do País, mas não tava rendendo. Torcedor é bixo complicado de se entender. Continuando a escutar as análises apaixonadas e sem nenhum fundamento do torcedor corintiano, pude observar que por lá, também é igual ao resto do Brasil, ou seja: a culpa era do treinador, nesse caso o ex-jogador Cícero Ramalho. Subindo para arquibancada, continuei a observar a torcida adversária, que como sempre ocorre em jogos em cidades que não conhecem o nosso time, começa a malhar os jogadores de Upanema pela pequena compleição física. “Isso é tamanho de jogador de gente. Isso é um time de mirim, é? É pra dar uma goleada nesses meninos”, coisas desse tipo.

Pois bem. O jogo começou e logo aos três minutos Upanema toma um gol numa falha do goleiro Mão, que mais uma vez saiu mal do gol. A torcida comemorou e disse que tava só começando a goleada. Logo na saída do centro, o jogador upanemense Giovane quase marca um golaço, quando saiu driblando cinco jogadores. Aos 20 minutos, Upanema era muito superior ao adversário. Contra ataques rápidos e toque de bola envolvente e muitas chances de gol criadas. Não deu outra, o zagueiro Weber mostrou que Upanema não tinha si intimidade com o gol adversário e escorou ótimo cruzamento de Souza, para o fundo dos barbantes. Sabe o que a torcida corintiana fez? Comemorou mais do que o gol do próprio time e ainda começaram a cantar o nome de Upanema. Daí pra frente, tivemos a injusta expulsão do zagueiro Weber. Com um a menos, Upanema parecia que estava com 11. A torcida xingava seu time e aplaudia as jogadas de Upanema, que continuava a perder gols. A cada lance de Upanema ouviamos os comentários do torcedor caicoense: esse time num é fraco não. Pense nuns meninos pra jogar.

O primeiro tempo terminou 1x1, com a torcida P da vida com o time e mais ainda com o treinador Cícero Ramalho.

No segundo tempo veio a diferença de uma equipe que está treinando e uma que está parada. Nosso time morreu em campo e o adversário partiu pra cima. Mas, sem muita qualidade, a não ser nas investidas de Josicley e do lateral upanemense Magno. Aos 28 da segundo etapa o Corinthians achou um gol com o atacante Diego. Daí pra frente Upanema melhorou e tentou o empate. Uma ótima chance foi perdida com Damário que chutou nas mãos do goleiro Cimar. Aos 48, num contra-ataque, o Corinthians fechou o placar com uma grande jogada de Josicley.

A torcida não quis nem saber do placar, pois viu que não retratava o que foi o jogo e protestou no “pé do ouvido” do treinador Cícero Ramalho. Pediram sua cabeça ao vice-presidente Lobão.

Agora, analisando o que eu vi, não consigo culpar o treinador Cícero Ramalho. Pelo que soubemos o único jogador indicado pelo treinador, foi o meia Josicley. O resto dos jogadores foi a diretoria que trouxe. E pra falar a verdade, o time do Corinthians é uma baba. Fraco mesmo. A torcida e a imprensa têm razão em reclamar, agora só acho que estão crucificando o caro errado. Um time que tem um goleiro que não passa segurança, dois zagueiros que são um prato cheio para um ataque cardíaco no torcedor, dois volantes perna de pau, um meia enceradeira - que só roda - e um par de atacantes que parecem dois postes, num dá pra culpar o técnico. Tirando os dois laterais, que teve Magno como destaque da partida e o meia Josicley, o time é fraco demais. Aí o torcedor, acha que é mais fácil culpar o técnico, porque os jogadores são caros e pensam que caro é sinônimo de bom jogador. Torcedor é foda mesmo.