A Casa Paroquial de Upanema, distante 50 quilômetros de Mossoró, funciona há um ano como delegacia. Além de acomodar o delegado da cidade e a equipe de policiais, o prédio ainda mantém os presos encarcerados durante a lavratura dos flagrantes. A situação é de conhecimento do Ministério Público, que pediu a interdição do prédio. A Justiça acatou o pedido e estipulou um prazo de 60 dias para que as obras de recuperação fossem executadas, entretanto, o prazo terminou e a Secretaria de Segurança Pública ainda não realizou a obra.
Diante de paredes rachadas, infiltrações, teto se quebrando e tubulações estouradas, o delegado da cidade pediu ao pároco que a Casa Paroquial fosse cedida provisoriamente para que a delegacia pudesse funcionar. O tempo passou e nenhuma providência foi tomada. Agora o delegado de Upanema, sargento J. Pereira, foi surpreendido com um ofício do pároco da cidade, padre Josemar Joaquim de Lima, solicitando que a Casa Paroquial fosse desocupada para que a Igreja pudesse voltar a utilizá-la para a finalidade primordial dela, acomodar os religiosos que atuam na paróquia.
A reportagem do Correio da Tarde ouviu hoje pela manhã o cabo Otaviano e ele informou que a situação é complicada, já que não há nenhuma condição de retornar ao prédio onde funcionava a delegacia. "A situação é a mesma. Não tem estrutura para funcionar uma delegacia. Tá tudo do mesmo jeito", disse. Segundo ele, a reclamação maior da população é que os presos de Upanema não ficam na cidade. "Eles só ficam o tempo pra fazer o flagrante e são levados para Mossoró", explicou. Com isso, as famílias têm de pagar R$ 14 por pessoa sempre que precisam fazer visitas ou levar alimentos.
O cabo informou que o delegado J. Pereira estava em Natal tentando resolver a situação na Delegacia Geral. "Parece que eles mandaram o sargento alugar uma casa para funcionar a delegacia que o Estado pagava".
Desde setembro de 2004 que o Ministério Público vem solicitando a interdição da delegacia, em conseqüência da completa falta de estrutura, no entanto, somente em julho desse ano a Justiça decidiu interditar o prédio e determinar que o Estado realizasse a reforma num prazo de 60 dias, que já foi vencido e a situação ainda não foi resolvida.
Fonte: Correio da Tarde
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