O relatório anual Situação Mundial da Infância do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que será divulgado nesta segunda-feira (11), mostra que o Brasil avançou, mas perdeu posições para países mais pobres que melhoraram com mais rapidez as condições de vida de suas crianças.
O país está em 86º lugar numa lista de 190 nações preparada com base na mortalidade de crianças menores de 5 anos. É o quinto ano consecutivo que o Brasil cai no ranking. Desde 2003, já perdeu sete posições.
De acordo com o relatório, a cada grupo de mil crianças brasileiras nascidas vivas, 33 morrem antes de completar 5 anos de idade. No ranking anterior, o índice de mortalidade era de 34 para cada grupo de mil.
Pelos critérios definidos pelo Unicef, o país de melhor desempenho entre todos os aferidos, San Marino, figura na 190ª posição. No ano passado, o Brasil era o 88º colocado. Em 2003, era o 93º.
A comparação com os vizinhos da América Latina é dolorosa. Entre 21 países, o Brasil é o 15º. A maior economia da América Latina fica atrás de El Salvador e República Dominicana, e muito longe de Argentina, Uruguai e Chile.
A queda do país na classificação geral é explicada pelo avanço de dois pequenos países. Belize, na América Central, deu um salto surpreendente: aparecia atrás do Brasil, na 81ª posição, e pulou para a 125ª. As Ilhas Salomão, que hoje ocupam a posição que foi do Brasil três anos atrás, ainda eram o 70º no ano passado.
Para completar, o Egito, que ficava duas posições atrás no levantamento anterior, hoje já empata com o Brasil.
Lentidão no avançoA baixa velocidade de avanços do país é uma constante nos estudos mundiais. Assim foi no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) deste ano, também preparado pelas Nações Unidas. O país recuou uma posição, da 68ª para 69ª, embora seu índice tenha melhorado, de 0,788 para 0,792. O avanço, porém, não foi suficiente e o posto do Brasil no ranking foi ocupado pela Bielo-Rússia, que cresceu em ritmo mais rápido no último ano.
A coordenadora do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poitier, explica que é sempre mais fácil partir de um patamar muito alto de mortalidade infantil para um médio, como o Brasil já fez. Em dez anos, o país conseguiu reduzir 40% no seu índice. Mas desacelerou. “O Brasil está chegando no último desafio. O mais fácil se resolveu. Agora tem que se tocar na agenda que ainda não se resolveu. É preciso se preocupar com o desenvolvimento para todos”, diz Marie-Pierre.
O problema brasileiro é que os dados nacionais escondem realidades regionais muito díspares. O país tem índices melhores nos grandes centros e nas cidades médias dos Estados mais ricos, mas persistem bolsões de miséria nas regiões Nordeste e Norte e nas periferias das grandes cidades.
“Nas décadas de 80 e 90, houve uma grande mobilização e se conseguiu resultados impressionantes. Depois, talvez tenha se achado que já estava resolvido. Mas o Brasil é um país muito complexo e que tem condições de fazer melhor: 80% de um sucesso não é suficiente”, avalia Marie-Pierre.
Consultado sobre o relatório do Unicef, o Ministério da Saúde _que levanta os dados de mortalidade infantil e suas causas_ preferiu não se pronunciar. De acordo com a assessoria, o ministério vai esperar a divulgação oficial do documento.
O país está em 86º lugar numa lista de 190 nações preparada com base na mortalidade de crianças menores de 5 anos. É o quinto ano consecutivo que o Brasil cai no ranking. Desde 2003, já perdeu sete posições.
De acordo com o relatório, a cada grupo de mil crianças brasileiras nascidas vivas, 33 morrem antes de completar 5 anos de idade. No ranking anterior, o índice de mortalidade era de 34 para cada grupo de mil.
Pelos critérios definidos pelo Unicef, o país de melhor desempenho entre todos os aferidos, San Marino, figura na 190ª posição. No ano passado, o Brasil era o 88º colocado. Em 2003, era o 93º.
A comparação com os vizinhos da América Latina é dolorosa. Entre 21 países, o Brasil é o 15º. A maior economia da América Latina fica atrás de El Salvador e República Dominicana, e muito longe de Argentina, Uruguai e Chile.
A queda do país na classificação geral é explicada pelo avanço de dois pequenos países. Belize, na América Central, deu um salto surpreendente: aparecia atrás do Brasil, na 81ª posição, e pulou para a 125ª. As Ilhas Salomão, que hoje ocupam a posição que foi do Brasil três anos atrás, ainda eram o 70º no ano passado.
Para completar, o Egito, que ficava duas posições atrás no levantamento anterior, hoje já empata com o Brasil.
Lentidão no avançoA baixa velocidade de avanços do país é uma constante nos estudos mundiais. Assim foi no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) deste ano, também preparado pelas Nações Unidas. O país recuou uma posição, da 68ª para 69ª, embora seu índice tenha melhorado, de 0,788 para 0,792. O avanço, porém, não foi suficiente e o posto do Brasil no ranking foi ocupado pela Bielo-Rússia, que cresceu em ritmo mais rápido no último ano.
A coordenadora do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poitier, explica que é sempre mais fácil partir de um patamar muito alto de mortalidade infantil para um médio, como o Brasil já fez. Em dez anos, o país conseguiu reduzir 40% no seu índice. Mas desacelerou. “O Brasil está chegando no último desafio. O mais fácil se resolveu. Agora tem que se tocar na agenda que ainda não se resolveu. É preciso se preocupar com o desenvolvimento para todos”, diz Marie-Pierre.
O problema brasileiro é que os dados nacionais escondem realidades regionais muito díspares. O país tem índices melhores nos grandes centros e nas cidades médias dos Estados mais ricos, mas persistem bolsões de miséria nas regiões Nordeste e Norte e nas periferias das grandes cidades.
“Nas décadas de 80 e 90, houve uma grande mobilização e se conseguiu resultados impressionantes. Depois, talvez tenha se achado que já estava resolvido. Mas o Brasil é um país muito complexo e que tem condições de fazer melhor: 80% de um sucesso não é suficiente”, avalia Marie-Pierre.
Consultado sobre o relatório do Unicef, o Ministério da Saúde _que levanta os dados de mortalidade infantil e suas causas_ preferiu não se pronunciar. De acordo com a assessoria, o ministério vai esperar a divulgação oficial do documento.
Fonte: Portal G1
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