Agora pela manhã, por volta das 07:30h, vários fogos de artifício foram disparados pelo centro da cidade. Parece que era pra chamar a atenção pra uma promoção da loja Pedrinho Eletromóveis. Particularmente não gosto de fogos de artifício barulhento. Como diria uma raposa velha da política local: é a mesma coisa que queimar dinheiro. Mas, os fatos que mais contribuíram para essa minha ojeriza a fogos, foram dois episódios da vida política de Upanema. O primeiro foi quando o ex-prefeito Amarildo Martins venceu as eleições municipais, derrotando Rosvaldo Bezerra, na época. Para comemorar a vitória histórica, um bicudo, resolveu soltar fogos todos os dias, que era pra os adversários não esquecerem a derrota. Eu, mesmo correligionário de Amarildo, não aguentava mais tantos fogos, no período em que – naquela época – eu praticamente estava começando a dormir, por volta das 05:00h. Além do horário criminoso, os fogos caíam praticamente em cima da casa dos meus pais. Durante um mês ou mais, fui acordado com os foguetões. O objetivo – se é que isso era objetivo de um ser humano – era “inxarcar” um bacurau, que tinha votado em Rosvaldo Bezerra e morava vizinho a minha casa. Por morar vizinho a um bacurau, eu acabava pagando o pato sendo bombardeado nas primeiras horas da manhã, por mais de um mês. Pra completar, ainda tinha outro cidadão que “respondia” com outras bombas, em um outro local da cidade, com o mesmo objetivo.
Pra terminar de completar, quando do imbróglio envolvendo a cassação de Amarildo, Upanema parecia o Iraque. Lembro-me, que na época, o produto mais vendido pelos comerciantes locais eram fogos.
- Amarildo saiu!
Tome bomba.
- Amarildo entrou!
Bomba neles.
- Manoel Lino entrou de novo!
E haja bomba.
- Amarildo voltou!
Desmanche em bomba Upanema.
Foi assim que criei mais nojo ainda de bombas. Não sou radical, pois sou amplamente favorável aos fogos luminosos. Aqueles enfeitam o céu com seu brilho e formas geométricas. Agora, aqueles que só prestam pra fazer raiva: sou contra.
2 comentários:
Rapaz, os fogos têm perturbado todo mundo. Muitos é que não querem admitir.
Já que você declarou seu voto, vou declarar o meu. Naquela eleição de Amarildo eu votei em Rosvaldo.
Naquele tempo como nas eleições seguintes, muitas gente andou abusando da paciência dos adversários e correligionários.
Em 1996 eu fiquei tão enfezado que mandei uma correspondência para uma rádio de Mossoró relatando o abuso. Até hoje ainda não sei se o locutor divulgou minha carta.
Hoje pela manhã precisei parar várias vezes minha aula porque o som do carrão e os fogos não permitiam que a aula continuasse.
Parece que esse povo não sabe que aquilo é errado. Só nós sabemos disso.
Nas vésperas do carnaval 2009 ocorreu uma coisa similar pela noite: o triozão venturão passou com um som rasgando em frente ao Calazans. Fiquei horrorizado com aquilo. Já boa parte dos alunos gostou daquele ato.
Bem que poderiam ter evitado aquilo, pelo menos em nome dos alunos que ali estão procurando aprender alguma coisa.
E tome zuada!
Quer dizer, Anaximandro, que soltar bomba pra anunciar que o trio elétrico chegou e fazer aquela zuada pode e pras outras coisas não.
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