Assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais da metade dos governadores ampliou o número de pastas no primeiro escalão em relação ao governo anterior ou ao primeiro mandato (no caso dos reeleitos). É o que indica levantamento do G1 após consulta aos governos dos 26 estados e do Distrito Federal.
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Enquanto Lula criou três novas pastas com status de ministério, ampliando para 37 o número de ministros no segundo mandato, 15 governadores seguiram o exemplo do presidente e incharam a estrutura de seus governos para acomodar aliados políticos.
Atualmente, Lula tem mais que o triplo de ministros do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que fez um corte radical quando assumiu a presidência em 1990. O governo de Collor, que sofreu impeachment em 1992, contava com apenas 12 pastas.
Últimos presidentes | Pastas com status de ministério (1º mandato) | Pastas com status de ministério (2º mandato) |
Fernando Collor de Mello (1990-1992) | 12 | |
Itamar Franco (1992-1994) | 22 | |
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) | 24 | 21 |
Luiz Inácio Lula da Silva (desde 2003) | 34 | 37 |
Com a saída de Collor, Itamar Franco assumiu o cargo e aumentou para 22 o número de cargos com status de ministro. No primeiro mandato, Fernando Henrique Cardoso contava com 24 ministros, número que caiu para 21 no segundo mandato. O primeiro escalão de FHC no segundo mandato, porém, contava com 30 nomes - havia também nove secretarias.
Segundo informações das assessorias dos governos, o número de pastas com status de secretaria aumentou em 15 estados (em negrito na tabela abaixo).
Estado | Governo atual | Pastas | Governo anterior (2003-2006) | Pastas |
AC | Binho Marques (PT) | 45 | Jorge Viana (PT) | (*) |
AL | Teotônio Vilela Filho (PSDB) | 19 | Ronaldo Lessa (PDT)/Luiz Abílio | 46 |
AP | Waldez Goés (PDT) | 32 | Waldez Goés (PDT) | 31 |
AM | Eduardo Braga (PMDB) | 27 | Eduardo Braga (PMDB) | 27 |
BA | Jaques Wagner (PT) | 24 | Paulo Souto (PFL) | 18 |
CE | Cid Gomes (PSB) | 21 | Lúcio Alcântara (PSDB) | 26 |
DF | José Roberto Arruda (DEM) | 16 | Joaquim Roriz (PMDB)/Maria Abadia (PSDB) | 36 |
ES | Paulo Hartung (PMDB) | 29 | Paulo Hartung (PMDB) | 27 |
GO | Alcides Rodrigues (PP) | 34 | Marconi Perillo(PSDB)/Alcides Rodrigues (PP) | 34 |
MA | Jackson Lago (PDT) | 33 | José Reinaldo Tavares (PSB) | 53 |
MT | Blairo Maggi (PR) | 22 | Blairo Maggi (PPS) | 21 |
MS | André Puccinelli (PMDB) | 11 | Zeca do PT (PT) | 15 |
MG | Aécio Neves (PSDB) | 19 | Aécio Neves (PSDB) | 17 |
PA | Ana Júlia Carepa (PT) | 25 | Simão Jatene (PSDB) | 18 |
PB | Cássio Cunha Lima (PSDB) | 17 | Cássio Cunha Lima (PSDB) | 19 |
PR | Roberto Requião (PMDB) | 30 | Roberto Requião (PMDB) | 29 |
PE | Eduardo Campos (PSB) | 27 | Jarbas Vasconcelos (PMDB)/Mendonça Filho (PFL) | 18 |
PI | Wellington Dias (PT) | 21 | Wellington Dias (PT) | 16 |
RJ | Sérgio Cabral (PMDB) | 19 | Rosinha Matheus (PMDB) | 31 |
RN | Wilma de Faria (PSB) | 23 | Wilma de Faria (PSB) | 21 |
RS | Yeda Crusius (PSDB) | 22 | Germano Rigotto (PMDB) | 21 |
RO | Ivo Cassol (PPS) | 8 | Ivo Cassol (PPS) | 7 |
RR | Ottomar Pinto (PSDB) | 16 | Flamarion Portela(PSL)/Ottomar Pinto (PSDB) | 16 |
SC | Luiz Henrique da Silveira (PMDB) | 53 | Luiz Henrique da Silveira (PMDB) | 47 |
SP | José Serra (PSDB) | 25 | Geraldo Alckmin (PSDB)/Cláudio Lembo (PFL) | 23 |
SE | Marcelo Déda (PT) | 25 | João Alves Filho (PFL) | 29 |
TO | Marcelo Miranda (PMDB) | 25 | Marcelo Miranda (PMDB) | 24 |
(*) não informou
Os governadores da Bahia, Jaques Wagner (PT), de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), do Pará, Ana Júlia (PT), do Piauí, Wellington Dias (PT), e de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), foram os que mais incharam a estrutura de seus governos em relação ao governo anterior.
Em Pernambuco, Eduardo Campos criou nove secretarias especiais. Na Bahia, Jaques Wagner ampliou em seis o número de pastas, uma a menos que Ana Júlia no Pará. Luiz Henrique anunciou a criação de mais seis secretarias regionais em Santa Catarina. Wellington Dias criou cinco no Piauí.
Nos demais, a ampliação de secretarias ou pastas com status de secretarias foi pequena. No Espírito Santo (29), Minas Gerais (19), Rio Grande do Norte (23) e São Paulo (25), há dois secretários a mais. No Amapá (32), Mato Grosso (22), Paraná (30), Rio Grande do Sul (22), Rondônia (8) e Tocantins (25), a reforma gerou uma pasta a mais.
FONTE: Portal G1