Upanema – O Programa Petrobras Fome Zero vai investir mais R$ 463 mil na segunda etapa do Projeto do Mel, desenvolvido pelo Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) nos municípios de Upanema, Assu, Carnaubais, Alto do Rodrigues, Porto do Mangue, Macau, Guamaré e Afonso Bezerra. Ao todo, já são beneficiadas mais de cinco mil famílias. A meta da companhia é tornar as associações do projeto auto-sustentáveis com o investimento.O DE FATO visitou ontem duas localidades rurais, no município de Upanema, beneficiadas pelo Projeto do Mel, que começou a ser implantado em 2004 e foi concluído em 2006, tendo como sede o Centro de Processamento de Mel no município de Ipanguaçu. A família Freire, de Upanema, diz que o mel foi um doce investimento que trouxe benefícios importantes, pois garantiu mercado para a produção.É o que observa a família Freire, de Upanema. Segundo Maria Jonaci Freire, a produção de mel já existia, o que não tinha era um mercado. Com a chegada da Usina de Processamento do Mel de Ipanguaçu, a família, que hoje tem 100 colméias na localidade de Poré, vai aumentar para 360 nos próximos 18 meses. “Neste primeiro ano, produzimos 800 quilos de mel, que foi todo comercializado através da Usina do projeto. No próximo ano, queremos dobrar a produção”, diz.O jovem Adalberto Rocha Neto, da localidade Piracicaba, também em Upanema é outro exemplo de produção. Com o apoio técnico, logístico e de comercialização do projeto, a produção neste ano foi de cinco toneladas. “No próximo ano, a previsão de produção dos 15 associados em Piracicaba nas três colheitas é de 15 toneladas”, diz Rocha Neto, pedindo para as autoridades não se aproximar das colméias.Assim como em Upanema, os produtores de mel de Assu, Carnaubais, Porto do Mangue, Macau, Guamaré, Afonso Bezerra, Alto do Rodrigues e Pendências, também tiveram o mesmo conhecimento técnico, logístico e de comercialização. Segundo o secretário de Agricultura de Porto do Mangue, Carlos Augusto, os agricultores dos assentamentos do município também vão ampliar a produção para o próximo ano. “Vão aumentar o número de colméias e melhorar a produção”, diz o secretário.Em Macau, os agricultores do assentamento Sebastião Andrade, com apoio da Prefeitura Municipal, planejam dobrar o número de colméias para o próximo ano. Em Guamaré, a gestão do prefeito afastado José da Silva Câmara já dobrou o número de colméias dos colonos no projeto e este ano já superou as expectativas de produção e para o próximo ano. Segundo o assessor de comunicação da Petrobras, Luiz Gonzaga, a meta da companhia, ao investir na 2ª Etapa do Projeto do Mel, é tornar as unidades auto-sustentáveis.
Professores apostam na sustentabilidade do projetoA professora Andréia Lessa, que idealizou o projeto do Mel em 2004, acredita na auto-sustentabilidade das associações envolvidas. Segundo ela, o primeiro ano teve bons rendimentos e no segundo superou as expectativas. “No próximo, temos certeza que todos já vão estar prontos para caminhar com as próprias pernas”, diz a professora.Lessa explica que o projeto consiste na contratação de especialistas em várias áreas, para ensinar os pequenos agricultores a criar abelhas. O projeto também doa de graça as colméias e os apetrechos necessários para manusear as abelhas. Um outro investimento ainda mais importante foi feito na usina de beneficiamento, no município de Ipanguaçu.“É através da usina e os especialistas, que o mel ganha o selo de qualidade reconhecido no mercado internacional”, diz a professora. Na segunda etapa, o projeto vai investir na estruturação de casas de mel nos municípios e em várias outras unidades de produção. Os próprios agricultores para multiplicar a idéia pelo Estado.O apoio dado técnico oferecido gratuitamente aos agricultores pelo Projeto do Mel atraiu outros agricultores. É o caso Francisco de Jesus Silva. “Nos últimos seis meses, eu passei a pensar a produzir mel, para complementar a renda familiar”, diz o agricultor, que ontem esteve presente na solenidade de lançamento da 2ª Etapa do Projeto do Mel em Upanema.
Autoridades enaltecem iniciativa dos professoresOntem, durante o lançamento da 2ª Etapa do Projeto do Mel, em Upanema, foi enaltecida a iniciativa dos professores do Cefet, pela dedicação e principalmente pelo financiamento feito pela Petrobras.Belchior Rocha, que representou o diretor do Cefet em Upanema, diz que o projeto levou ao pequeno produtor rural uma segunda fonte de renda e talvez até a primeira e mais importante. Jairo Santos, da Funcern, reconhece que se trata de um projeto sustentável e importante a economia da região.Ismar Leite, da Associação dos Produtores de Mel de Upanema, pede apoio das autoridades de governo para beneficiar agricultores de outras cidades. “Esse projeto é muito bom, não tem como não dar certo. Todos estão felizes em receber esses conhecimentos e produzir com qualidade”, diz o agricultor.O prefeito Jorge Luiz destaca a importância do Projeto do Mel para a renda das famílias de pequenos produtores da zona rural. Ele diz que os prefeitos dos municípios que recebem o benefício devem reforçar a parceria para que o projeto ganhe mais do que auto-suficiência nos próximos anos.
FONTE: Jornal De Fato
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