RADIO SABORES DA SERRA

4 de maio de 2007

Volume de água da barragem de Umarí é preocupante

Segundo os números da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, a barragem de Umarí não aumentou o seu volume de água no período de 28/03 a 25/04. Umarí continua com os mesmos 53% do mês passado. Esse é o menor índice de acúmulo de água entre as três grandes barragens do estado. A barragem Armando Ribeiro Gonçalves (Açú) já está com 94% de sua capacidade. A barragem de Santa Cruz em Apodi armazena 84% de sua capacidade máxima.


O quadro pode se complicar no futuro, já que estão previstas as construções de 8 barragens no leito do rio próximo a nascente do mesmo. Essas pequenas barragens (ou barramentos) impedirão que boa parte da água chegue à barragem upanemense.


Quando eu falo aqui que está previsto a construção de 8 barragens no leito do rio, ninguém diz nada. Mais uma vez estou avisando e cobrando das autoridades a mesma atitude que tiveram com os barramentos que foram construídos em nosso município, ou seja, quebrarem ou não deixarem construir esses barramentos. Não foi assim que fizeram com a barragem da comunidade rural de Barreiras? Certas autoridades vieram e quebraram a barragem, alegando que estava impedindo da água chegar até a comunidade de Suçuarana, em Areia branca. Mas, quando é pra construir barragens depois da parede da barragem de Umarí pode? Não seriam dois pesos e duas medidas?

2 comentários:

Anônimo disse...

Amigo você tem toda razão, se com essas chuvas a barragem continua com esse pequeno volume, imagine depois que fizerem esses barramentos. ela vai secar.

Anônimo disse...

Caro Anaximandro e Companheiros do Jornal de Upanema,

Como cidadão upanemense e como profissional que atua no Território Sertão do Apodi, quero dizer que suas preocupações com nosso município e com os recursos locais é louvável, porém, quando se trata do barramento de água em Rios (que são de uso público e gestão governamental) não podemos ficar apenas na nossa análise pessoal, existe um processo legal e ambiental que é analisado pelos órgãos competentes (Idema, Ibama e o órgão ambiental do município quando existe), estes órgãos devem levar em consideração a necessidades das populações que habitam as margens do rio, das populações que dependem dessa água e do equilíbrio do meio ambiente.

Sendo assim, sobre o episódio da Barragem de Barreiras, se havia licença ambiental para a construção daquela obra, em nada justificava a destruição parcial ou total da mesma, e se algum órgão ambiental responsável esteve envolvido naquela destruição seria necessário que em primeiro lugar, este órgão reconhecesse que ocorreu uma falha no processo de aprovação da mesma (me parece que isto não ocorreu e também não tenho conhecimento se aquela obra tem licença ambiental). Fora desse procedimento legal, qualquer ocorrência que houve foi baseado em disputa de forças políticas ou de autoridades.

Com relação aos barramentos acima da barragem de Umari, me permite corrigir a informação, serão construídas 04 barragens e não 08 como foi divulgado. Na verdade serão construídas mais 08 barragens (pois já foram construídas 07) ao longo do Rio Umari que fica nos municípios de Rafael Godeiro, Umarizal, Olho D’água e Caraúbas.

As 04 barragens que serão construídas acima da Barragem de Umari (uma em cada um dos seguintes municípios: Campo Grande, Janduis, Messias e Patu), foram aprovadas nas discussões do Comitê Territorial do Sertão do Apodi, onde o município de Upanema tem representação do STR (Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais), de Ong’s locais e da Prefeitura Municipal de Upanema, que estiveram presentes na Reunião que aprovou tal encaminhamento. Estas obras serão construídas com recursos do Governo Federal, através do Pronaf Infra-estrutura de 2006.

Estas obras, para serem construídas terão que passar pela aprovação dos órgãos ambientais, nos termos citados acima. Portanto se os órgãos ambientais compreenderem que estas obras causarão algum prejuízo ambiental ou social, com certeza estas não serão Licenciadas.

A tecnologia de Barragem Sucessivas (nome técnico dado aos barramentos em questão) foi estudada e sugerida inicialmente pela Embrapa, em seguida outras entidades e ong’s, que desenvolvem ações de convivência com o semi-árido brasileiro, aperfeiçoou e difundiu tal tecnologia na região Nordeste. Esta tecnologia consiste em obras de pequeno porte e baixo custo, para represar água em rios temporários utilizando barramentos de alvenaria de cotas baixa (em média até 2m de altura acima da cota do nível do rio), sem cobrir as terras das margens (normalmente as terras mais fértil). Normalmente estes barramentos formam lençóis d’água estreito e extenso, beneficiando um grande número de propriedades e devem ser sucessivas para perenizar uma maior extensão do rio.

Particularmente compreendo que os barramentos não trarão prejuízo ao abastecimento da nossa barragem de Umari e vejam porque: cada uma dessas quatro barragens terá uma capacidade de armazenar aproximadamente 1 milhão de m3 de água, somando, as quatro armazenaram 4 milhões, que representam menos de 2% da capacidade de armazenamento da nossa barragem que é de aproximadamente de 300 milhões de m3. Além do que, numa região árida como a nossa é importante que todas as populações tenham acesso a água.

Portanto colegas acredito que o baixo volume de água de nossa barragem se dê em função do baixo volume de chuvas na área de captação da barragem, afinal as 04 barragens em questão ainda não foram construídas, ou talvez, em função da pequena capacidade de captação da bacia que converge para a barragem de Umari (o estudo de viabilidade da barragem deve fornecer esta informação), pois afinal nas bacia das outras barragens deve ter chovido o mesmo volume e elas se encontram com um volume bem maior.

Grato pela atenção.

José Wilson Tavares Bezerra