RADIO SABORES DA SERRA

20 de setembro de 2007

VERGONHA: Deputados batem-boca na reunião que discutia a BR 110

O tempo fechou no gabinete do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. O que seria uma audiência com a bancada federal do Rio Grande do Norte para discutir a liberação de verba para a construção da BR-110, trecho Mossoró-Upanema-Campo Grande, transformou-se numa espécie de ringue pelos deputados João Maia (PR) e Sandra Rosado (PSB). O primeiro queixou-se da colega socialista de usar o seu sistema de comunicação para acusá-lo de ter desviado R$ 8 milhões que seriam destinados à BR-110 para obras em rodovias na região do Seridó, onde João Maia mantém a sua base eleitoral. Sandra negou que tenha feito isso. Não convenceu. O bate-boca se agravou, sendo preciso a interferência da turma do deixa-disso para acalmar os ânimos. A bem da verdade, a briga entre João Maia e Sandra Rosado não chega a surpreender. Era esperada a qualquer momento. Os dois não se bicam desde as eleições de 2006, quando Maia devastou as bases eleitorais da deputada, que por pouco não renovou o mandato, tendo, inclusive, sido eleita pelo voto do coeficiente eleitoral. Desde então, os dois apenas se suportam de público, e estão sempre em posição de confronto nos bastidores, como no episódio da Codern, em que a deputada mossoroense foi acusada de orquestrar, junto com o deputado socialista Rogério Marinho, a queda do vereador licenciado Renato Fernandes, afilhado de João Maia, da presidência da Codern. O bate-boca de ontem, diante do ministro Alfredo Nascimento e de colegas da bancada do RN, pouco teve ligação com o debate da BR-110, até porque todos sabem que essa rodovia não está preparada para receber recursos federais, pois sequer existe um estudo ambiental e de viabilidade econômica para a execução da obra. Então, tivemos, sim, um momento explícito de confronto de políticos que se entendem e que, certamente, vão protagonizar outros episódios desse nível, principalmente quando estiverem em jogo os interesses individuais de cada um.

FONTE: César Santos (Jornal Defato)

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