Vereador chama colega de FRUSTRADA

A sessão da Câmara de ontem manteve o padrão de desavenças entre os parlamentares da situação e oposição. Tudo começou quando a vereadora Maria José Bezerra – PMDB, líder do governo, explicou como seria realizado o concurso para Agentes de Endemias do município. Maria José disse que seriam 11 vagas, sendo que duas seria para cargos de coordenação e nove para agentes que fariam o trabalho de campo. A vereadora ainda explicou que um dos critérios para o candidato poder participar do concurso seria ter o treinamento da FUNASA. O vereador Valério Augusto – DEM aparteou a vereadora e disse que o prefeito Jorge Luiz e a MASTERPLAN não tem condições morais de fazer um concurso aqui em Upanema.
Para Josiel Gondim – PSB o concurso é importante, pois irá efetivar uma categoria que presta grandes serviços para nossa sociedade. Ele lembrou que o concurso não está sendo feito somente para os agentes aqui de Upanema, pois o concurso é público para aqueles que se enquadram dentro dos critérios. Josiel disse discordar somente da intenção de se colocar dois funcionários efetivos para exercer funções de coordenação. Para ele, seria mais prático para o futuro gestor, colocar pessoas de confiança e que caso não estivessem exercendo uma boa gestão, seria mais fácil de remover da função de comando.
Valério voltou a criticar a forma como foram realizados os concursos na gestão Jorge Luiz e disse que o treinamento da FUNASA deveria ser solicitado depois que o candidato passasse no concurso. Ele também disse que a efetivação dos Agentes de Endemias deveria ser feita como foi a dos Agentes Comunitário de Saúde, ou seja, através de autorização da Câmara e Prefeitura. Maria José disse que a assessoria jurídica da Câmara e da Prefeitura tinha sido consultada e ambas disseram que não havia problema no edital. Para a vereadora, Valério não estava contra o prefeito, mas sim, aos Agentes de Endemias do município. Valério respondeu dizendo que a vereadora era demagoga.
Adelcina Barbosa – PR disse não entender porque tanta confusão para um edital tão claro. Adelcina comentou que o decreto do presidente Lula deixava claro que os Agentes Comunitários deveriam ser efetivados sem a realização de concurso, pois os mesmos já tinham passado por um processo de seleção. No caso dos Agentes de Endemias, não seria possível, pois os mesmos foram indicados como cargo comissionado pelos prefeitos do Brasil. Por isso, Adelcina defendeu a realização do concurso. Com relação ao número de vagas, Adelcina disse que isso quem determina é o prefeito de acordo com a necessidade do município.
Quando tudo parecia caminhar para a calmaria, o vereador Valério Augusto usa seu horário destinado aos líderes de partido para fazer um duro discurso direcionado à vereadora Maria José Bezerra. Valério, inspirado no senador Mão Santa, que em seus discursos gosta de citar nomes e fatos históricos para enriquecer seu raciocínio, Valério começou distribuindo cópias da biografia e citações da vida de Clóvis Beviláqua, um dos maiores juristas desse País. Valério fez uma analogia entre uma passagem da vida de Beviláqua e Rui Barbosa – outro renomado jurista, senador e escritor. Diz a História que Beviláqua foi convidado pelo então Ministro da Justiça Epitácio Pessoa, para elaborar o anteprojeto do Código Civil brasileiro. Rui Barbosa sentiu inveja da indicação de Beviláqua e questionou sua competência para tal ato. Trazendo para os dias atuais, Valério disse que Maria José nutria sentimentos de ódio e inveja contra ele, pois ela se sentia frustrada de nunca ter chegado a ser prefeita. “Vossa excelência tem ganância e ódio”, afirmou. Noutra passagem de seu discurso, Valério disse que Maria José ia morrer sem prefeita de Upanema. Por várias vezes Valério destacou que tinha pedido aos vereadores da base aliada na época em que era prefeito para que os mesmos assinassem o pedido de investigação de suas contas ao Tribunal de Contas do Estado – TCE. Valério disse que a vereadora Maria José o acusou por várias vezes, na época, de ter desviado dinheiro público, mas todas as suas contas foram aprovadas pelo TCE. Valério disse que era honesto e que nunca tinha desviado dinheiro da prefeitura. “O que eu fiz foi dar dinheiro ao povo pobre”, disparou.
A vereadora Maria José respondeu dizendo que o vereador Valério estava desesperado e que não se sentia frustrada, pois, perder faz parte da política. Disse estar triste com aquela situação, pois nunca sentiu ódio do vereador.
O clima voltou a normalidade com a participação do vereador Hermes Freire – PTB que no uso da palavra defendeu dentre outras coisas, o uso dos royalties para melhoria da RN-406.
O presidente Nonato Garcia – PSB começou seu discurso mostrando matéria de jornal que relata o trabalho desenvolvido pelo prefeito “pipi” de Lucrécia, no combate a dengue. Ele disse que essa preocupação deveria acontecer também por parte do prefeito de Upanema. Nonato também voltou a criticar a direção da rádio 104 que não renovou o convênio com a Câmara. Nonato disse que no programa da saúde na rádio, não se pode divulgar os problemas do município, pois, segundo ele, existe um medo por parte dos apresentadores de dizer os problemas que ocorrem. Nonato citou a participação dos Agentes de Endemias no programa, onde, segundo ele, não foi relatado o problema das águas empossadas no Conjunto Rosvaldo Bezerra. Nonato disse também que o esgoto da Rua Manoel Davi Neto está criando tapuru, pois não está acontecendo um trabalho de limpeza adequada no local.
No horário destinado as proposições, a vereadora Adelcina Barbosa colocou Projeto de Lei para que fosse dado o nome de Artur Ferreira de Macedo a Praça do Centro de Convenções, que está sendo construída na Av. 16 de setembro. O projeto foi aprovado por unanimidade.