O incidente envolvendo o vereador
Valério Augusto, técnicas de enfermagem e a Polícia Militar foi lastimável e
vergonhoso para toda sociedade upanemense. Quem pensa que vou defender o
vereador Valério, não me conhece. Quem me conhece sabe que sei enxergar o erro
e não me omito diante dele. Se fizer parte do meu grupo, tento de forma interna
alertar para o mesmo. Se o erro se torna público e você é uma pessoa pública,
não posso fazer nada. Se não faz parte do meu grupo, lascou-se. É assim que
funciona comigo e vai continuar enquanto exercer minhas faculdades mentais
normais.
Entendo que o erro é algo
inerente ao ser humano e na maioria das vezes é fruto do meio, do momento e do temperamento
das pessoas. Mas, o erro não pode ser tratado como algo que devamos abominar,
execrar e condenar perpetuamente. A permanência no erro é que devemos condenar
e punir.
Feito esse preâmbulo, ontem,
estávamos na cidade de Fortaleza e por isso não participamos da tradicional
sessão da Câmara. Aliás, esqueci de agradecer a Deus por ter me livrado de
tamanha ignomínia àquela casa. Mas, assim que tivemos tempo, passamos a
analisar os fatos, com calma, sem agir por impulso e com a mente aberta para
tentar detectar onde estava o erro, ou os erros. Diante dessa pesquisa, ouvimos
o vereador Valério Augusto - principal envolvido na polêmica – um vereador da
situação, vimos o vídeo, conversamos com uma técnica em enfermagem e ouvimos a
opinião do povo. Só assim, pude chegar a algumas conclusões. Vejamos:
O EVENTO
Alguém viu em algum meio de
comunicação local a divulgação do “evento” realizado na Câmara? Particularmente
não vi! Não sei se os senhores sabem, mas é necessário o envio de ofício solicitando
o(s) ambiente(s) da Câmara, vinte quatro horas antes de cada evento e
divulgação no mural da casa. Segundo apuramos com um funcionário da casa, no
mural não apareceu nada, mas pode ser que apareça a partir de agora. Mesmo que
tenham cumprido o que determina o regimento, ainda discordo do evento babativo
e de interesse político de alguns, amostração de outros e de boa vontade da
minoria, ter acontecido naquele dia e horário. A Câmara até poderia ser o local
escolhido, mas a Secretaria de Saúde, a Prefeitura (já que o projeto foi do
executivo), o clube, seriam locais mais adequados para o momento. A Câmara, no
horário da sessão foi muito sugestivo para uma provocação.
O PRESIDENTE
Faltou ao nobre presidente da
Casa uma coisa simples: BOM SENSO. Jamais deveria ter aceitado que aquele
evento acontecesse no mesmo horário da sessão. Outra coisa que faltou ao
presidente foi calma e respeito, diferente do que o vereador Ferrari Basílio
divulgou em uma nota nas redes sociais. O vereador Ferrari estava lá e não viu
o que eu vi no vídeo divulgado na internet. Lá está claro que o presidente
discute asperamente com Valério e se exalta ao ponto de ninguém nem entender o
que ele diz. Se calma for daquele jeito, pois diga.
VALÉRIO
Conversei com o vereador hoje
pela manhã e ele deu sua versão para o fato. Valério disse que não era contra o
evento, agora no horário da sessão jamais poderia aceitar. Tanto é, segundo
ele, que sempre chegava uma hora antes das sessões, mas em virtude da
movimentação dos técnicos em enfermagem, só chegou as 10:00h para evitar possíveis
conflitos com a categoria. Para surpresa dele, o presidente disse que ia haver
uma comemoração no horário da sessão. Valério disse não tinha nada para
comemorar e que estava lá para participar da sessão. “Sugeri ao senhor
presidente que ele abrisse a sessão e pedisse para suspender por um tempo
determinado para participar do evento. Aí, eu ia pedir para colocar em votação.
Claro que eles têm a maioria e ganhariam, mas isso ia constar em ata. Eu só
queria isso e depois ia embora. O presidente sabia que o que ele estava fazendo
era errado e disse que não aceitava minha proposta. Quis fazer na marra e na marra
eu não aceito”, disse o vereador. A versão de Valério é correta até o momento
em que ele perdeu a cabeça e partiu pra violência. Perdeu a razão. Errou e
errou feio. Não é assim que se consegue as coisas. Apesar de desacreditada e
lenta, a melhor saída ainda é a justiça. Se não acreditarmos nela estamos
lascados. Sei que vivemos um quadro totalmente nebuloso e sombrio nas esferas
do executivo e legislativo. Revolta ver coisas que antes não podiam e hoje,
parece que tudo pode. Mas, partir para violência não é nem nunca será a solução.
Errou o vereador!
O vereador errou tentando
fazer algo que acha correto. Quem nunca errou desse jeito? Isso pode servir de
atenuante, pois todos nós sabemos que essa atitude de beneficiar apenas uma
categoria é ridícula. O correto é Valério lutar na Justiça para que todos sejam
beneficiados. Tenho certeza que a Justiça não vai aceitar tamanha discriminação
com as outras categorias. Aliás, cadê a tão combativa categoria dos motoristas
hein?! Não falo do sindicato, pois esse nem mostra as caras.
CONCLUSÃO
Um erro leva a outro.