Valério chora e sessão tem ânimos mais amenos

Plenário lotado, expectativa grande para um possível embate envolvendo os vereadores do município na sessão realizada hoje, mas felizmente não houve nada disso, tudo correu de forma normal. Quer dizer, se você achar que o vereador Valério chorando é algo normal... Eu, pelo menos nunca tinha visto o vereador se emocionar, muito menos chorar. Ele abriu os pronunciamentos falando sobre o episódio ocorrido na última sexta-feira e contou com riqueza de detalhes todos os momentos daquela manhã. O tempo de vinte minutos, concedido para sua defesa, foi aprovado por unanimidade pelos pares. Ele disse que em nenhum momento foi contra a comemoração das técnicas em enfermagem, mas no horário da sessão, o presidente não poderia passar por cima do Regimento Interno. Sempre com um discurso firme, duro, muitas vezes agressivo, Valério se emocionou quando falou de sua luta por uma coisa que acha correta e legal. “Quando prefeito fui eu quem contratou um especialista (citou o nome da pessoa) para elaborar um esboço do Regimento Interno e a Lei Orgânica, para que essa casa se tornasse independente e não um apêndice do executivo. Aí, hoje me vejo nessa situação. Não posso concordar com isso que o senhor presidente queria fazer. Passar por cima do regimento para agradar ao prefeito ou a quem quer que seja, eu não aceito enquanto estiver de pé”, afirmou e chorou o vereador.

Valério voltou a afirmar que pediu por várias vezes que o presidente abrisse a sessão e colocasse em votação a realização do momento festivo. “Eu só queria que a Câmara deliberasse sobre o tema e pronto. Mas, o presidente foi incapaz de dialogar”, disse. Para piorar, segundo Valério, o vice-prefeito Anísio Jr. provocou o mesmo, quando dizia que se fosse presidente faria o evento e ninguém empatava. “Eu pedi a Deus que ele concedesse cinco minutos de presidência a “Juninho de Anterin” para ver se ele fazia o que ele tava pensando”, afirmou em tom de ameaça. Diante de tanta pressão, o vereador disse que foi encaminhado para tomar aquela atitude.

O vereador mostrou-se desapontado com a atitude do colega vereador Ferrari, que segundo Valério, mandou algemar o mesmo. “Nunca pensei que um filho de Canquinho desejasse isso a minha pessoa”, alegou. No final, Valério pediu desculpa ao presidente e a todos pelos erros cometidos.

A sessão teve continuidade com a palavra conciliadora do vereador Aisamaque Dályton, que pediu para que todos os vereadores refletissem sobre o atual momento e qual o caminho que a Câmara deve seguir a partir de agora.

O vereador Ferrari Basílio negou que tenha dito que era para Polícia algemar o vereador Valério. Disse ainda que não concorda com a atitude do vereador Valério e que o julgamento do mesmo, não depende mais da Câmara. “Agora não é mais com a gente. Vamos ver no que vai dar”, disse Ferrari. Não ficou claro nas palavras do vereador o que ele quis dizer, mas minha interpretação e a de alguns vereadores, foi que a Justiça é quem vai decidir sobre a cassação de Valério. Mas, estamos abertos ao vereador para explicação mais clara sobre o que ele quis dizer.

No horário destinado aos líderes de partido, Valério ainda se valeu de Friedrich Nietzsche, pensador Alemão, para ilustrar o ocorrido: Os erros de grandes homens... São mais fecundos que as verdades de pequenos. Também recorreu ao dicionário e citou alguns substantivos que, segundo ele, fizeram parte do episódio. Valério disse que há um conluio para tentar calar a sua voz, mas que ele foi eleito para defender os interesses do povo de Upanema e não vai se calar.